"Nunca é silêncio vão" [uma celebração muito breve e temporária] - [edit]
Da Vila todos se aperceberam da súbita inquietação que se vive no cimo daquela Torre. Dias, semanas completas de sossego e silêncio, agora interrompidos por movimentações e preparativos. À noite. Todas as últimas noites ninguém tem estado adormecido por trás daquela janela... quando já ninguém acreditava que este ano pudessem voltar as habituais celebrações. As coisas não estão como dantes. E ninguém sabe dizer o que neste momento vai na alma de quem ali habita.Da sua reclusão, esta noite trouxe a criatura que ninguém queria ver. Como todos os anos, o mocho orelhudo desceu do cimo da maldita Torre deixando porta-a-porta a convocatória para a festa anual. Este ano, promete-se no escrito, as luzes não vão apagar-se a meio da cerimónia.
Todos estão convidados, e não há lugar a recusa.
Os passos seguintes dão-se sob o silêncio das ruas da Vila. Ninguém me vê e ninguém me sente, que todas as portas estão fechadas. É mentira: não foi minha opção ficar sozinho.
[o texto daqui substitui-se por silêncio...]