quinta-feira, julho 03, 2008

Dias assim (ou mais um para mais tarde vir cá apagar)

Há dias como estes, preenchidos de sorrisos e, mais uma vez, falsidades.

E eu, que sempre fui o "bicho" querido que te sorri e elogia. O mestre da cerimónia, pompa e circunstância. Eu sempre fui o ente respeitoso que escolhe delicadamente as palavras e esbanja sensibilidade. O menino tímido que descreve detalhadamente o momento soberbo de clímax dos lábios apaixonados que se tocam tão levemente pela primeira vez. O autor romântico da desgraça que é viver sob o teu feitiço e veneno. Eu sempre fui o ser retraído que jurou ter tudo sob o toque da tua pele acompanhado do teu respirar sobre a minha. Eu sempre fui o passeio platónico das mãos entrelaçadas, olhos cerrados, sussurros ao ouvido e sopros junto ao pescoço. Eu sempre sempre fui a nobre besta, frágil, gentil e meiga que te fala esmeradamente de coisas amenas. E nunca fui nada, assim. Nunca nada.

Mas há dias assim... em que acordo na escuridão e faço estremecer tudo com esta tosse ensanguentada. Esfrego a cara suja e sou um animal sedento e inquieto que visualiza a tua face mentalmente. Não quero sentir-me bem e abraço o gosto esquisito que trago na boca. Solto um riso histérico perante a tua surpresa e sou bem capaz de cuspir nas próprias mãos. Não é um sentimento primitivo. É o meu sentimento de dias assim. E inspiro com força e inalo outro tipo de venenos. Mais porcos. Sou um homem despido mas isento de farsas. Sou o homem que sou nestes dias que saem assim. Os dias negros em que uivo e, por momentos, tudo o que quero... é foder à bruta.



Ou então dias em que devia era estar caladinho e voltar para o quentinho da cama...

 

 

 

 

 

 

 

 

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