sábado, janeiro 16, 2010

It's very painful

Daquela porta ao fundo do corredor, sinto vir o mais profundo dos sofrimentos.

A distância, daqui até ali, detém-me irreversivelmente de me aproximar e tentar apaziguar o que quer que seja. Nunca até lá realmente cheguei, mas sei que do outro lado reside o mais maravilhoso dos mundos.

Quase que consigo visualizar os detalhes admiráveis e escabrosos das coisas das quais ela se rodeou; quase que consigo pormenorizar a forma metódica e compassada com que diariamente cuida da sua impecável máscara; continuamente me sinto deslumbrar com a majestosa arquitectura que escolheu para o seu espaço luminoso; julgo até conseguir sentir a aprazível suavidade dos tecidos de todos os mantos com que se cobre; observo, sem estranhar, como da sua altivez parece conseguir manter-se fria e sem esgares de dor; maravilhosa, suprema, divina, e para sempre mergulhada a sós, na dramática insuficiência de tudo isto não ser capaz de preencher o vazio que traz dentro do peito.

Por mim, passam incontáveis criaturas... que não se detêm e chegam mais perto; que lhe chegam e lhe tocam; e que são bem-vindos ou repelidos; ou que são repelidos e bem-vindos.

"Como? Como?" - julgo perguntarem-lhe, incrédulos - "...que tendo tudo, tudo, tudo, para seguires e ser feliz... te permites manter neste incompreensível estado gélido e marmóreo... de quem não acredita em mais nada a não ser no seu próprio silêncio?"



...na esperança de que não me veja.

 

 

 

 

 

 

 

 

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