terça-feira, janeiro 06, 2009

P.S. #2: Look away... I'm hideous! (ou mais tempos porcos...)

Caralhos ma fodam se não é verdade que, neste momento, estou farto de palavras. Cansado. Exausto. Não consigo ler nem mais uma palavra que escrevi nos últimos tempos. Foda-se, que raiva! Tudo tão pensado... tudo tão solene... tudo tão profundo... tudo tão emocional... tudo tão sentido. Estou absolutamente esgotado. Não consigo mais! Foi tempo de mais. Foi tempo de mais a tentar passar para palavras o que sinto. É que é impossível, caralho! Não há mais palavras. Não há palavras que acompanhem este desenrolar de acontecimentos. Por isso mantém-te quietinho e pára de escrever e ler de uma vez. Não há palavras que façam parar o que já está em andamento. Não há! E pára de uma vez por todas de ficar viciado nas músicas que - de repente - descobres que dizem exactamente o que gostarias de dizer (que previsível!). Pára de ir atrás e reler as coisas pormenorizadamente. Quase decorar... as palavras. They mean shit! Faziam muito sentido na altura, sim.
Oh que bonito era, oh que momentos ardentes de glória e paixão. Oh que felicidade. Oh como é bom correr pelos campos verdejantes e agradecer todas as coisas lindas que existem...
aaaaaAAAAHHHH que seca, caralho! Estou farto de tudo o que é bonito. Detesto beleza (só hoje, mas detesto!)! Porque essa merda não existe aqui. Não existe nesta pocilga carregadinha de doenças. De doenças. De enfermidades. Alterações. Tosses. De dores. Sangue. Sujidade. De imundice. De crostas. Pústulas. De podridão. Vómitos. Náuseas. Nojo. De asco. E de nojo. De tudo o que é viscoso (e nojento), verde, pegajoso e que escorre... de nojo, com nojo, muito nojo. Isso sim, é muito bonito, bonito comá merda.

(Ahhh... que alívio... irra, que estava a precisar...)

Mas enfim... tudo regressa à normalidade... calmamente. E qualquer dia vais encontrar-me por aqui, às voltas, sem pensar em ti. E o que a saudade guardou vai mesmo dormir para sempre. E aviso-te que as coisas vão passar a ser diferentes...



Ah... seu ordinário! :P

11 Comments:

At 06 janeiro, 2009 04:59, Anonymous Anónimo said...

(risos)

***
o problemas das palavras é que estão sempre aquém do que um gajo pensa (e então do que sente ainda mais), nunca conseguem passar tudo... e ainda mais distantes ficam da ideia inicial quando chegam ao outro, porque esse vai sempre filtra-las ou traduzi-las pelos seus próprios mecanismos mentais: é como as letras das musicas! - as razões do gajo que as escreve possívelmente hão-de ser diferentes das de quem se reconhece nelas... mas não é por isso que deixa de haver um entendimento. também connosco próprios: quando as vamos buscar ao passado, só nos reconhecemos de novo nelas se houver uma actualização do que estava detrás delas na altura...
***

mas acho é já estou a abusar com tantas palavras num só comentário.. adiante:
da minha parte (e estou certa q não sou a única) as tuas palvras são sempre bem vindas, mesmo as mais porca e ascorosamente vomitadas!!!
(até porque vomitar alivia e acorda-se com uma ressaca mais levezinha, rsrsrs...)

beijo

 
At 06 janeiro, 2009 07:47, Blogger witch said...

Loooool...


e mais Kisss...

 
At 06 janeiro, 2009 23:37, Blogger Escabroso said...

Se calhar, Filma-me, é isso que dizes. As palavras não serem nunca suficientes. Mas julgo que não foi exactamente isso que suscitou fúria. O que me enervou de repente foi perceber que são sempre as mesmas palavras irritantes, profundas, dolorosas que invadem o que escrevo, o que faço, o que vivo. Há anos! E percebi que estou cansado. Percebi que está na altura de virar a página e procurar por outras coisas. Mas temo ter esgotado toda a coragem que me restava nas últimas semanas. Só quero dormir e desejar que tudo não tenha passado de um pesadelo. Quero acordar e descobrir que afinal está tudo bem. E que posso voltar a escrever alegrias, merdas, bem-estares e coisas pouco profundas e sem significado.

Não gostes que escreva, please. Não dês as boas vindas a isto. É tudo triste demais.

 
At 07 janeiro, 2009 00:32, Blogger film-m k said...

mas há tantas palavras a serem usadas!... e a possibilidade de inventar mais umas quantas :)
se escreves assim nesta luz, também o farás bem noutra... decerto!

gosto de te ler: quer o vomitado seja de sangue, de água ou diamantes! (desculpa, please :)

 
At 09 janeiro, 2009 13:56, Blogger witch said...

Hummm...
Já vi que te juntaste a nós no Abismo! ehehe!...
Acho que vais gostar...;)


Kisss...

 
At 09 janeiro, 2009 19:34, Blogger HornedWolf said...

Fazes-me lembrar um Grinch, mas mais original e simultaneamente mais urbano.

 
At 10 janeiro, 2009 09:35, Anonymous Anónimo said...

Gostei.
Diferente, no mínimo. :)

 
At 10 janeiro, 2009 17:19, Blogger Escabroso said...

Welcome!

 
At 17 fevereiro, 2009 02:16, Blogger Peach said...

Como te entendo... no meu caso, não consigo sequer falar de mim... do que me vai na alma.

beijo

 
At 17 fevereiro, 2009 14:07, Blogger Escabroso said...

Às vezes é melhor assim, no silêncio. Melhor do saírem parvoíces como as que me saem frequentemente.

;)

*

 
At 18 fevereiro, 2009 09:47, Blogger Ás de Copas said...

Ahhhhhh....................

Já tinha lido este post, mas hoje... hoje soube-me a diferente, soube-me TÃO bem lê-lo... foi como se tivesse feito um exorcismo ao descontentamento que insiste em encarnar-me nos ossos...

[nasyll (a porra das letras de confirmação). Soa-me a descogestionante nasal...mesmo a propósito da viscosidade deste post]

 

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